Política

A desistência de Marcelo Freixo em concorrer à prefeitura do Rio

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Deputado tentou unificar lideranças de esquerda no Rio, mas não conseguiu

Foi por água abaixo a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) à prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições deste ano. Em entrevista ao jornal O Globo, Freixo comenta sobre a falta de apoio do PDT e do PSB, e admite votar em Eduardo Paes em um possível segundo turno contra Crivella.

Há muito tempo, o psolista vinha sonhando com uma frente ampla de esquerda para derrotar o bolsonarismo e barrar a possível reeleição de Marcelo Crivella (Republicanos), responsável por derrotá-lo no segundo turno em 2016.

Mas, como foi noticiado pela imprensa, disputas internas dentro do PSOL podem ter contribuído para a desistência do deputado em concorrer. Alguns grupos minoritários da legenda passaram a contestar sua candidatura, devido a proximidade de Freixo com o PT. O nome da deputada Benedita da Silva (PT), ex-governadora do Estado, vinha sendo o mais cogitado para coligar com Freixo.

Entre outros correligionários que demonstraram interesse em ser candidato à prefeitura pelo PSOL, está o deputado federal David Miranda, mais conhecido como o ‘suplente do Jean Willyans’, ou, simplesmente, como o ‘marido do Gleen do Intercept’.

Rachas políticos

Em outubro de 2016, Marcelo Freixo foi derrotado por Crivella, obtendo 40,64% dos votos, mas, saiu forte da disputa. No decorrer do processo eleitoral, Freixo desprezou apoio de outros políticos no segundo turno, como o próprio ex-presidente Lula, que à época, começava a enfrentar diversos processos na Justiça.

Na eleição, Lula fez campanha para Jandira Feghali (PC do B), mas, o efeito foi ao contrário, pois Jandira terminou em sétimo lugar na disputa, uma derrota bem explícita, dada a importância do nome de Lula. A interpretação dada a este fato foi a de que o Lulismo estava enfraquecido no Rio de Janeiro, como também, o “anti-PT” dominando o cenário nacional, mesmo após a saída de Dilma Rousseff da presidência em agosto, depois do processo de impeachment ser oficializado.

Em fevereiro de 2019, quando iniciaram novos mandatos de deputados e senadores no Congresso Nacional, ocorreu a tradicional eleição para a escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados. Freixo, com a ilusão de tentar atrapalhar o governo Bolsonaro de alguma forma, foi candidato, se opondo a Rodrigo Maia (DEM), cujo-qual, demonstrava certo apoio ao presidente recém-empossado. Nem mesmo os petistas ‘fecharam’ com o Freixo, sendo que, a maioria, votou em Rodrigo Maia.

Fortalecimento do nome de Eduardo Paes

É evidente que a saída de Freixo da disputa eleitoral vai fortalecer, ainda mais, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). De acordo com o Paraná Pesquisas, cujo levantamento foi divulgado em 20 de março, Paes lidera a disputa com mais de 27% de intenções de voto, seguido por Freixo com 13% e o atual prefeito Crivella, com 12%;

Vai ser natural que este espólio político-eleitoral seja liderado totalmente por Eduardo Paes, devido o seu histórico de “prefeito popular” que fez muitas realizações na cidade. Todo esse prestígio quem domina é Eduardo Paes, e creio que isto seria um grande empecilho para alavancar a ex-quase-campanha de Freixo, cujo nome, agrada diretamente somente os “mais letrados” e servidores que sofrem com descasos da educação e saúde municipal.

Como foi bastante disseminado na campanha de 2018, quando Paes disputou o segundo turno contra o atual governador Wilson Witzel (PSC), o ex-prefeito teve sua imagem amplamente manchada, devido o seu passado de PMDB, além de suas antigas relações com o ex-governador Sérgio Cabral. Também não foi esquecido o famoso áudio do ex-prefeito com Lula, cuja ocasião, popularizou o famoso bordão “uma merda de lugar!”, em referência a cidade de Maricá.

É bom ressaltarmos que, com a máquina da prefeitura na mão, Crivella não medirá esforços para manter sua hegemonia à frente do Palácio da Cidade. Tendo apoio do presidente Bolsonaro e dos filhos – o senador Flávio e o vereador Carlos se filiaram recentemente ao Republicanos.  Tudo isso demonstra que as articulações em prol de Crivella e a sua estrutura evangélica estão a todo o vapor.

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