Saúde

Universidades públicas do Rio no combate à covid-19: 5 iniciativas que estão revolucionando a área da saúde – parte 1

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Em meio à pandemia de covid-19, as aulas nas universidades públicas estão suspensas desde o final de março. Apesar da paralisação, as instituições de ensino estão totalmente empenhadas no combate à pandemia do novo coronavírus. Aqui, no Rio de Janeiro, as universidades públicas estão à frente de projetos inovadores, desde soluções baratas para o problema de falta de insumos médicos até o desenvolvimento de equipamentos de alta tecnologia. Quer saber mais? Nesta matéria, dividida em três partes, você vai conhecer 5 iniciativas que estão revolucionando a área da saúde. Confira:

1. UFRJ mobiliza produção de respiradores mecânicos de baixo custo: modelo custa 10 vezes menos que o convencional

O Ventilador de Exceção para COVID-19, ou simplesmente VExCO, foi desenvolvido por pesquisadores do Programa de Engenharia Biomédica (PEB) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). De acordo com o site de divulgação, os ventiladores pulmonares de exceção foram projetados para uso emergencial na pandemia. A universidade se coloca à disposição para desenvolver e produzir os equipamentos para o tratamento de pacientes graves de covid-19 na ausência de respiradores convencionais, registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Em entrevista à Agência Brasil, Jurandir Nadal, coordenador do projeto, explicou que os ventiladores não serão comercializados, mas distribuídos para os hospitais e posteriormente doados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Cada unidade do equipamento custa, aproximadamente, R$5 mil, cerca de 10% de um ventilador mecânico convencional.

No final do mês de junho, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o repasse de recursos economizados de seu orçamento para a construção dos respiradores desenvolvidos pela UFRJ. Inicialmente, a Alerj pretende destinar R$5 milhões, suficiente para custear 1000 aparelhos.     

No último domingo (28), o portal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) sobre o novo coronavírus informou que o VExCO foi testado em animais. Durante 12 dias, o equipamento foi testado em suínos em laboratório no Instituto de Veterinária da UFRRJ. Segundo Fabio Barbour Scott, professor da universidade que coordenou os testes, os resultados são promissores. Essa é a última etapa antes da aprovação de pesquisas em seres humanos.

2. Pesquisadores da UFRRJ criam sistema que utiliza inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico da covid-19

Desenvolvido sob a coordenação dos professores Leandro Alvim e Felipe Braida, ambos do Departamento de Ciência da Computação do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ (DCC-IM-UFRRJ), o projeto XRayCovid-19 utiliza inteligência artificial para auxiliar médicos e pacientes no diagnóstico da doença pelo novo coronavírus. Por meio da avaliação da radiografia pulmonar, o sistema é capaz de verificar se a imagem apresenta o padrão relacionado à pneumonia covid-19, à pneumonia comum ou a nenhuma das duas.

A ferramenta ainda está em fase experimental no OpenLab do Programa de Pós-Graduação em Humanidades Digitais. Na versão atual, além da análise dos exames de radiografia, o aplicativo considera os sintomas do paciente.  Em entrevista à Agência Brasil, Leandro Alvim detalhou as funcionalidades do projeto. “Auxílio ao médico na tomada de decisão e na triagem de pacientes nas unidades de saúde, coleta de estatísticas de doenças respiratórias e pulmonares, montagem de um banco de dados integrado para a pesquisa, mantendo a privacidade dos pacientes, além de ser útil na telemedicina”, explica o portal de notícias.

Um dos maiores problemas do país no combate à pandemia é a dificuldade de realização de testagem em massa do coronavírus, o que leva à subnotificação de diagnósticos. Segundo Alvim, o XRayCovid-19 pode ser mais um recurso na detecção de novos casos. Além de ajudar individualmente o paciente, a proposta é disponibilizar a ferramenta para o Sistema Único de Saúde (SUS).   

Fontes: Agência Brasil, UFRJ, Coppetec, ATISLabs

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