Economia

Estudantes do RS criam absorvente biodegradável que custa R$0,02

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Camily dos Santos (19) e Laura Drebes (18), pensaram em uma forma de ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade, criando uma alternativa mais acessível para usar durante a menstruação.

A ideia surgiu quando uma das alunas ficou sabendo que a própria mãe não teve acesso a absorventes na adolescência e que precisou recorrer a outros métodos durante seu ciclo menstrual. O protótipo foi desenvolvido com menos algodão, que foi substituído por dois resíduos da agroindústria: fibras da bananeira e do açaí. Na camada absorvente composta por fibras vegetais para substituir o algodão, os testes de capacidade absortiva verificaram uma eficiência 60% maior do que os produtos já comercializados.


O meio ambiente agradece

As jovens cientistas explicam que as mulheres descartam dez mil absorventes durante suas vidas, e que esses produtos demoram entre 100 e 500 anos para se decompor na natureza, em razão de seus componentes plásticos e aditivos químicos.

Combater a pobreza menstrual

Pensando no fator social, ser for comercializado, o produto pode mudar a vida de muitas mulheres. Por ser uma opção com menor custo, o projeto colabora para combater a pobreza menstrual. A expressão é sobre a dificuldade de acesso a absorventes e a uma estrutura de higiene adequada para meninas e mulheres, que chegam a faltar escola ou ao trabalho por não terem um produto em casa nos dias de menstruação.

Visando o futuro, as estudantes e a professora têm planos de tentar implantar uma cooperativa ou conseguir apoio de uma empresa que auxilie em uma produção em maior quantidade dos absorventes. Por enquanto, o produto foi testado em laboratório e já trouxe resultados eficazes.

Projeto está entre os 40 selecionados para etapa que será na Suécia no mês de agosto

Quando começaram a desenvolver o projeto, as estudantes não imaginavam que, um ano depois, estariam concorrendo a um prêmio internacional pela iniciativa chamada SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais.

“A gente verificou que o nosso produto custa apenas R$ 0,02, sendo 95% mais acessível que os absorventes que são convencionalmente comercializados”, afirma Laura. 

Estudantes dos cursos técnicos em Administração e Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), em Osório, no Litoral Norte, as pesquisadoras foram as vencedoras do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2022 – Etapa Brasil, e vão representar o país na fase internacional em Estocolmo, na Suécia, no final de agosto. No total, apenas 40 trabalhos foram selecionados em todo o mundo para a competição. Orientadora do projeto, a engenheira de alimentos e professora Flávia Santos Twardowski Pinto comemora o esforço das alunas com orgulho. “A gente não esperava ser as representantes brasileiras. Foi uma surpresa muito grata.”

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