A Renner acaba de lançar coleção de roupas feitas por mulheres que estão, ou estiveram presas. Ao todo, 51 detentas e 13 ex-detentas participaram da confecção das peças, desde o desenho inicial, elaboração das formas e estampas, até o arremate. Com isso, mais de 40 mil peças estão disponíveis pelo e-commerce e em mais de 370 lojas em todo o Brasil. A coleção inclui itens como bolsas, brincos, acessórios de cabelo e nécessaires.

Produção Sustentável

Todos os itens foram produzidos com tecido de baixo impacto ao meio ambiente e lixo zero, utilizando fio reciclado feito a partir de sobras de algodão e fibras de garrafa pet. As peças da coleção são inspiradas na estética cottagecore, que trazem estampas e cores em referência ao campo e à natureza. Todos os itens levam uma tag em papel reciclado para identificar os produtos, com a descrição sobre as boas práticas envolvidas na produção.

Como foi a produção?

Dentro e fora das penitenciárias, as costureiras que produziram a coleção receberam o mesmo salário mensal: pouco mais de um salário mínimo. Através de workshops e acompanhamentos individuais, as mulheres que são mães são incentivadas a investir parte da renda obtida na educação e alimentação dos filhos, além de se preparar financeiramente para o mundo fora das grades.

Roberta Negrini é fundadora da Eu Visto Bem – marca que fabrica roupas e acessórios de moda e que emprega exclusivamente mulheres, quase todas detentas e ex-detentas do estado de São Paulo. Ela afirma que a principal meta é profissionalizar essas mulheres ainda dentro da penitenciária para que elas não voltem a transgredir a lei e estejam amparadas aqui fora. “De todas as mulheres que já passaram pela Eu Visto Bem, sabemos que 87% não voltaram a cometer crimes”, afirma Roberta.

Criada em 2016, a Eu Visto Bem tem hoje oficinas de costura nas penitenciárias femininas do Butantã e Santana, ambas em São Paulo. O projeto já beneficiou cerca de 200 mulheres, contribuindo para a reinserção delas na sociedade. Todos os itens produzidos pela Eu Visto Bem são pensados e comercializados por outras marcas.

Fonte: Exame / Fotos: (Renner/Reprodução)

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