Hoje oficialmente é Dia de Combate ao Câncer de Mama. E em todo o mês de Outubro é feito um alerta sobre a prevenção, detecção e autoconhecimento do corpo. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2021 a estimativa foi de 66.280 novos casos da doença. A identificação precoce do câncer de mama é uma grande aliada na cura.

A mastologista Monique Valois, especialista do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), alerta sobre o real sentido de tocar os seios. “Quando o nódulo chega a uma dimensão em que pode ser apalpado, é um sinal de que poderia ter sido diagnosticado precocemente. A finalidade principal de se apalpar não é a detecção prévia do cancro, mas sim a identificação de possíveis alterações na região mamária.” 

Como prevenir o câncer de mama?

De acordo com o INCA cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

– Praticar atividade física

– Manter o peso corporal adequado

– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

– Amamentar seu bebê (amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer)

– Não fumar e evitar o tabagismo passivo

Mastologista ressalta a importância da atividade física no combate à doença

A mastologista Fabiana Makdissi do Centro de Referência da Mama do Hospital A.C. Camargo Cancer Center, diz que costuma atribuir o risco do câncer de mama a dois motivos principais: ser mulher e estar envelhecendo todos os dias. Mas o que pode ser feito para prevenir a patologia? “Reduzir a obesidade e aumentar a atividade física são as principais formas de prevenção, ou seja, controlar o peso e se exercitar. Além disso, o uso adequado de reposição hormonal em que não haja nenhuma alteração na mama e reconhecer os episódios de cânceres na família também são importantes“, destaca a mastologista do A.C. Camargo Cancer Center. 

10 SINAIS DE ALERTA PARA O CÂNCER DE MAMA

O blog Peito Aberto selecionou 10 sinais  e sintomas de alerta sobre a doença

1- Presença de nódulo ou caroço endurecido: A presença de um nódulo na mama, ainda que indolor, é a principal manifestação da doença no organismo. Esse sinal está presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é percebido pela própria mulher. Todavia, o nódulo só é percebido ao toque quando já está em estágios avançados. Por isso, a mamografia deve ser feita anualmente de forma preventiva, a partir dos 40 anos, permitindo diagnosticar um câncer antes mesmo que o nódulo venha a ser percebido.

2- Liberação de líquidos e secreção: Outro sinal de alerta é a saída de secreção do mamilo, mesmo quando a mama não foi tocada ou apertada. Essa secreção geralmente é incolor ou vem acompanhada de sangue. A secreção mamilar associada ao câncer de mama é majoritariamente unilateral e espontânea, sem necessidade de toque para percebê-la.

3- Vermelhidão, dores e inchaço: É importante ficar atenta à coloração das mamas, que podem ficar avermelhadas devido ao processo inflamatório. Além disso, as dores nas mamas que se prolongam mesmo após a menstruação merecem uma grande atenção. Também é possível perceber um inchaço na mama atingida pela doença.

4- Inversão do mamilo: Outro sinal que pode se apresentar é o afundamento da pele na região do mamilo. Isso ocorre geralmente quando o tumor está localizado atrás da aréola, o que leva a pele ficar repuxada nessa região. Essa manifestação pode inverter o mamilo e até ocasionar dor na região.

5- Alteração na coloração da aréola: Alterações na cor do bico da mama também podem chamar a atenção, bem como a descamação e vermelhidão na área. Esses sinais são comumente confundidos com manifestações alérgicas e, portanto, não devem ser esquecidos na hora de realizar o autoexame.

6- Formação de feridas e crostas: As úlceras, feridas ou crostas na pele e na região dos mamilos são alguns dos sintomas mais visíveis da doença. Outro sintoma associado a essas feridas e irritações são as retrações ou o endurecimento da pele, que pode apresentar textura diferente do estado natural.

7- Textura de casca de laranja: Como citado acima, a mudança na espessura da pele é um dos principais sintomas do câncer de mama. É importante ficar alerta à textura da pele dos seios, pois o processo inflamatório do câncer pode apresentar ondulações e “crateras”. O principal sinal de alerta é quando a pele apresenta similaridade a uma casca de laranja.

8- Mudanças no formato e tamanho: O formato do seio pode sofrer alterações, apresentando sulcos na região acima do tumor. O câncer também pode causar fibrose local e ocasionar a assimetria da mama. Isso ocorre porque o tumor afeta o tecido mamário, levando o seio crescer por causa do inchaço ou então diminuir por causa da retração do tecido.

9- Coceira: A coceira nos seios, principalmente na região dos mamilos, pode ser um dos sintomas do câncer de mama, segundo especialista. Esse sinal merece atenção, especialmente quando acompanhado de sintomas como a erupção cutânea, vermelhidão, aparência de casca de laranja na pele da mama e saída de secreção no mamilo.

10- Nódulos e inchaços nas axilas: Por último, está um dos mais significativos sintomas do câncer de mama. O inchaço e a presença de nódulo nas axilas significa que o câncer está avançando pelos gânglios linfáticos e, portanto, já pode estar bem desenvolvido.

Os sinais e sintomas do câncer podem variar. Por isso, algumas pacientes podem não apresentar nenhum destes sinais, enquanto outras geralmente apresentam mais de um. Além disso, estes sintomas podem surgir simultânea ou isoladamente, e podem ser de um câncer de mama inicial ou já avançado.

O que aumenta o risco?

O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). O INCA apresenta uma tabela com outros fatores.

Fatores ambientais e comportamentaisFatores da história reprodutiva e hormonalFatores genéticos e hereditários**
Obesidade e sobrepesoPrimeira menstruação antes de 12 anosHistória familiar de câncer de ovário
Inatividade física*Não ter tido filhosCasos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos
Consumo de bebida alcoólicaPrimeira gravidez após os 30 anosHistória familiar de câncer de mama em homens
Exposição frequente a radiações ionizantes para tratamento (radioterapia) ou exames diagnósticos (tomografia, Raios-X, mamografia, etc)Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anosAlteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2
Tabagismo – há evidências sugestivas de aumento de riscoUso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona) 
 Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos 
Tabela disponibilizada no site do INCA

Tratamento

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão disponíveis. O tratamento depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

Fonte: INCA, Peito Aberto, Terra (Fabiana Makdissi, mastologista e chefe do Centro de Referência da Mama do Hospital A.C. Camargo Cancer Center), Terra (Monique Valois, mastologista e especialista do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” – CEJAM )

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