Doze meses se passaram e 2021 está chegando ao fim. Relembre aqui alguns fatos que afetaram a economia brasileira

Política e reformas

Começando pelo ambiente político, em primeira mão podemos dizer que a elegibilidade de Lula agitou o cenário político e a previsão para as eleições em 2022. Com isso, houve movimentos por partes do atual governo para agregar mais eleitores, que foram essencialmente agitação nas reformas políticas e uma aproximação com candidatos do centro. 

Olhando as reformas mais a fundo, podemos ver que os projetos do governo até saíram do Planalto, mas sofrendo resistência no Legislativo. Isso devido a já existência de discussões e propostas avançadas sobre a reforma tributária. No caso da administrativa, sofrendo resistência do funcionalismo público e até deixando de ser apoiada pelo próprio presidente.

Com isso, essas agitações políticas mudaram o rumo do mercado de ações, o Ibovespa precificou essas agitações em momentos de queda da bolsa. Além do mais, também influenciou no mercado de câmbio. Isso porque, momentos como esses passam uma má expectativa ao investidor. Dessa forma, influenciando nas tendências de investimento.

Crise hídrica e energia elétrica

Além dos acontecimentos na política para abalar as previsões econômicas, a mãe natureza resolveu também abalar o bolso dos brasileiros.

A escassez de chuva em 2021 afetou diretamente o Brasil porque o país depende de recursos hídricos para a geração de energia elétrica. Com as usinas hidrelétricas em pouco uso, foi necessário a utilização de outras fontes energéticas mais caras. Para sustentar os custos de operação, os brasileiros tiveram que pagar mais pela energia, fazendo a bandeira vermelha chegar ao nível dois. 

O que demonstrou ser insuficiente e exigiu que a fosse criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica uma nova bandeira de escassez hídrica, que adiciona o valor de R$1,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Inflação 

O aumento da energia elétrica discutido anteriormente, somado com o valor dos combustíveis e alimentos. Esses e outros fatores foram essenciais e ajudam a explicar a elevação de preços, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

Um fator relevante foi a redução da produção por conta da pandemia, assim fazendo com que a oferta dos produtos não fosse suficiente para subir a demanda. Um exemplo é a falta de microchips no mercado, que fizeram com que os preços dos computadores de todos os tipos (computador de bordo de carros e PC’s) aumentassem. 

O aumento do dólar é outro fator. Um exemplo é o combustível, que é precificado pelo dólar, logo com a desvalorização do real e a valorização do dólar fez com que o preço dos combustíveis ficasse mais caro para a nossa moeda desvalorizada.

Além disso, o Auxílio Emergencial foi um fator que contribuiu para a inflação. Isso devido a injeção de liquidez na economia brasileira. Onde, basicamente, quanto mais liquidez (dinheiro) na economia, os preços têm a tendência de subirem por existir mais dinheiro disponível, segundo a lei da oferta e da procura.  

Com isso, temos que a inflação brasileira no final de 2021 estará acima dos 10%, segundo o IBGE. 

Aumento dos juros

A taxa juros (que logo terá um artigo aqui detalhado), é o principal instrumento do governo para tentar controlar a inflação, tendo uma relação inversa, quanto maior a taxa de juros, reduz o incentivo ao consumo que influencia a inflação. 

Ao longo do ano, vimos o Banco Central mudar de ciclo algumas vezes. De estimulante ao consumo (com a taxa estando a 4,0% ao ano). Mas, devido à situação inflacionária do país, a taxa vai terminar o ano no patamar de 9,25%. 

Esse ciclo de alta torna as dívidas e taxas em geral mais caras. Em contraponto, deixam os títulos de renda fixa como o Tesouro Selic mais atrativo por estar rendendo mais, porém ainda sim abaixo da inflação.

Vacinação

As restrições de circulação, vividas em 2020, foram flexibilizadas em 2021. Isso devido a grande contribuição e adesão da população à vacinação. Dessa forma, podemos considerar esse fato como uma vitória, que permitiu que empresas fossem reabertas e o consumo fosse restaurado de forma ampla.

 Apesar de não ter tido uma grande expressão na taxa de desemprego, esse acontecimento influenciou em uma pequena retomada dos níveis de empregos. Mas ainda sim, levantando um sinal vermelho para a nova variante, o que só deveremos saber mais sobre a sua real força no ano seguinte.

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