Recentemente, um vídeo da apresentação da cantora evangélica Aymée Rocha, no programa Dom Reality, chamou atenção nas redes sociais.
A música denuncia casos de exploração, tráfico e desaparecimento de menores em Marajó, município com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. Ao final de sua apresentação, Aymée explicou a canção que ela cantou no reality: “Marajó é uma ilha há alguns minutos de Belém, minha terra”, começou. “Marajó é muito turística e as famílias lá são muito carentes, as criancinhas saem em uma canoa, 6,7 anos, e elas se prostituem dentro do barco por cinco reais”.
Autoridades fazem denúncias desde 2006
Em abril de 2006, o bispo emérito de Marajó, Monsenhor Dom José Luiz Azcona, apresentou uma denúncia formal ao governo federal e ao presidente da Comissão de Direitos Humanos. Na ocasião, ele reportou na Câmara dos Deputados casos de menores de idade que seriam vítimas de exploração em Portel, também em Marajó.
Em 2019, por exemplo, o assunto teve destaque quando a então ministra da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, alertou que a região abrigava um grande esquema de tráfico e prostituição de menores. Na época, a agora senadora, lançou o programa Abrace o Marajó, que tinha como objetivo implantar ações sociais para reduzir a fome, situação apontada como determinante para o alto índice de casos de exploração sexual, visto que as crianças estariam se prostituindo por não ter o que comer.
Atualmente a Ilha do Marajó é contemplada pelo Programa Cidadania Marajó, que foi lançado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com o objetivo de combater o tráfico e o abuso sexual de crianças e adolescentes.
A população local, assim sendo, volta a cobrar de políticos, autoridades e órgão públicos ações para combater os casos de tráfico humano de menores de idade para prostituição sexual.
Graças a Aymée Rocha, diversos famosos também se mobilizaram nas redes sociais para dar visibilidade ao que vem acontecendo na Ilha de Marajó, para que medidas sejam tomadas com urgência.
