Começamos a semana com uma vitória sobre a sexualização do corpo da mulher no esporte, pois o uso de biquinis em partidas de handebol feminino de praia não será mais obrigatório. O anúncio foi feito feito pela Federação Internacional de Handebol (IHF). Com isso, a partir de 2022, as atletas poderão optar por usar shorts até o meio da coxa em qualquer modalidade de campeonato.
A decisão foi tomada, após a discussão sobre a sexualização do corpo feminino no esporte ganhar força nas Olimpíadas de Tóquio, quando a seleção norueguesa foi multada em 1,5 mil euros (R$ 9,2 mil) por usar shorts em vez de biquini no Campeonato Europeu de Handebol de Praia, sob a alegação de ser uma “roupa imprópria”.
Novas regras
Após as últimas olimpíadas, sete associações desportivas da Europa entraram com o pedido ao presidente da IHF, Hassan Moustafa, e da EHF, Michael Wiederer, para que as regras sobre o uso dos uniformes fossem repensadas. Na ocasião, o documento ainda pedia a renúncia dos dois presidentes, devido a acusação de “sexismo flagrante”.
A ministra dos esportes da Dinamarca, Ane Halsboe-Joergensen, declarou que a mudança era importante e necessária. “Enfatizamos a necessidade de ação não apenas para acomodar as atuais atletas do sexo feminino, mas também para apoiar e encorajar todas as atletas, independentemente de seu gênero ou experiência, a permanecer no esporte.”
Outras modalidades pedem mudanças
Outros esportes também lutam pela alteração das regras de vestimentas para modalidades femininas. Durante a Olimpíada de Tóquio, a equipe de ginástica olímpica da Alemanha utilizou uniformes que cobriam todo o corpo como forma de protesto contra a sexualização das mulheres na ginástica .
Todas as reivindicações protestam pelo direito de escolha das atletas por uniformes que se sintam confortáveis e não afetem nas performances. Com essas mudanças, mulheres de outras culturas e crenças podem participar das competições, pois poderão usar uniformes que cubram mais o corpo.