Milhares de artefatos históricos foram encontrados em um sítio arqueológico de 3250 anos, no município de Monte Claros, em Goiás. Os arqueólogos encontraram pinturas rupestres, pedaços de vasilhames, ferramentas de corte, raspadores de pedra, restos ósseos e carvão. Foi através de um licenciamento ambiental que foi feita a descoberta dos itens na região, explicou Matheus Araujo, coordenador de campo da pesquisa, da empresa Sapiens Arqueologia.
“A gente está vibrando, porque não é fácil encontrar um sítio arqueológico com uma preservação tão grande. É uma conquista não só para a comunidade científica, mas para o público em geral, pois podemos falar um pouco de como nossos antepassados eram antes da chegada dos colonizadores”, disse Matheus.
Gênesis de ocupação do homem
O coordenador de campo explica que é muito difícil encontrar um sítio arqueológico nas condições do de Monte Claros, com uma grande quantidade de vestígios, grupos distintos e datação. Danilo Curado, arqueólogo do Iphan Goiás também comentou sobre a descoberta.
“É um conjunto de informações que o tornam único em termo de preservação. Ele representa a gênesis de ocupação do homem no estado de Goiás, por isso é tão simbólico e importante, por todo seu contexto e características, duas ocupações e itens importantes, como pinturas rupestres que mostram o pensar do homem na época”, afirmou Danilo.
De acordo com o Iphan, foram encontradas pinturas rupestres e mais de 3000 artefatos de pedra e cerâmica. No local de pesquisa foi encontrado também a passagem mais recente de outro grupo de humanos antes da colonização, porém ainda sem data confirmada.
Primeiro grupo de humanos
O Iphan informou que o primeiro grupo de humanos que passou pelo local são conhecidos como “caçadores-coletores”. O segundo grupo é chamado de horticultores-ceramistas” que, segundo o coordenador de campo Matheus, usavam os vasilhames para guardar água e comida.
“Para a segunda datação não achamos carvão para definir com certeza, mas relacionamos a uma tradição arqueológica que indicou que ele não é mais antigo que o primeiro”, afirma Matheus, coordenador de campo.
O sítio ganhou o nome de “Toca da Anta”, pois haviam animais morando na região, que é uma espécie de ambiente rochoso. O coordenador da Sapiens disse também que o cadastro do sítio foi feito em 2019, mas que as escavações só começaram a ser feitas no ano de 2021.
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Foto: Divulgação/Sapiens Arqueologia