Saúde

Campanha Agosto Dourado: mães com covid-19 devem amamentar?

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O mês de Agosto é celebrado nacionalmente como o Mês de Aleitamento Materno desde 2017. O período também é chamado de Agosto Dourado, cor que simboliza o padrão ouro de qualidade do leite humano, líquido essencial para a vida e o desenvolvimento do bebê.

Amamentação e covid-19

Em à pandemia da covid-19, surge a preocupação das mães com a amamentação. “As mães podem e devem continuar amamentando, mesmo estando com sintomas compatíveis com a síndrome gripal ou infecção respiratória, ou mesmo a confirmação para covid-19, se for seu desejo e se estiver em condições clínicas adequadas. Mas é importante que elas utilizem a máscara quando forem amamentar ou realizar algum cuidado com o bebê. E, claro, a higienização das mãos com bastante frequência, antes e depois da mamada ou cuidado”, afirma Maíra Domingues, coordenadora da assistência em aleitamento materno do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz).

Apoie o aleitamento por um planeta saudável

A primeira semana de agosto é também a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Maíra explica que o tema deste ano é Apoie o aleitamento por um planeta saudável, de acordo com os Objetivos Sustentáveis do Milênio da Organização das Nações Unidas.

“O leite humano é ambientalmente seguro e não gera impactos ambientais como os substitutos do leite materno, que são as fórmulas infantis, em decorrência do processo de industrialização”.

Benefícios do aleitamento materno

1. Dar todos os nutrientes para o bebê:  O leite materno é produzido de forma equilibrada, contendo teores adequados de proteínas, carboidratos, gorduras e água para favorecer o crescimento e o desenvolvimento do bebê. O ideal é que ele mame todo o leite de um peito antes de passar para o outro, pois assim ele recebe todos os nutrientes da mamada completa.

2. Facilitar a digestão: O leite materno é facilmente digerido pelo intestino do bebê, o que favorece uma adequada absorção de nutrientes e o aumento da frequência das mamadas, trazendo mais calorias e alimento para o bebê.

3. Reduzir cólicas: A facilidade na digestão do leite materno também ajuda a evitar problemas como gases e cólicas intestinais, além de conter substâncias responsáveis por proteger e reparar o intestino delicado do recém-nascido.

4. Prevenir anemias: O leite materno contém um tipo de ferro que é altamente absorvido pelo intestino do bebê, além de conter vitamina B12 e ácido fólico, importantes para a produção dos glóbulos vermelhos, células responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue.

5. Evitar diarreia: O leite materno é rico em bactérias que povoam o intestino do recém-nascido e compõem sua flora intestinal, atuando como uma barreira protetora que também ajuda na digestão e na regulação do trânsito intestinal.

6. Fortalecer o sistema imunológico: Por ser rico em anticorpos produzidos pela mãe, o leite materno é uma forma natural de defesa para o bebê, protegendo a criança contra problemas como asma, pneumonia, gripes, dor de ouvido e problemas intestinais. Isso ajuda a evitar doenças graves no início da vida do recém-nascido e, casos ele fique doente, o organismo da mãe aumenta a quantidade de proteínas e células de defesa no leite, facilitando a recuperação do bebê.

7. Desenvolver o sistema nervoso: O leite materno é rico em DHA, um tipo de gordura boa que participa da formação dos neurônios e favorece a memória, o aprendizado e a atenção. O DHA é um dos componentes do ômega-3, nutriente importante também para prevenir problemas neurológicos como TDAH, Alzheimer e demência. Conheça outros benefícios do ômega-3.

8. Prevenir obesidade: Por seu efeito anti-inflamatório, crianças que mamaram durante a infância têm menor risco de ter problemas como obesidade, diabetes e problemas cardíacos ao longo de toda a vida.

9. Estar sempre pronto para ser consumido: Além de ser o melhor alimento para o bebê, o leite materno está sempre pronto, na temperatura adequada e livre de contaminações que poderiam causar diarreias e infecções no recém-nascido.

10. Prevenir alergias: Bebês que são amamentados exclusivamente até os 6 meses de vida têm uma menor chance de desenvolver alergias alimentares, especialmente alergias ao leite, à soja, a peixes e mariscos, ao ovo e ao amendoim. Saiba o que O que não comer na amamentação para evitar problemas para o bebê.

Algumas maneiras de aumentar a produção de leite

Observe se a pega está correta: O jeito certo do bebê mamar é abocanhar a aréola toda. Se ele pega só o bico, vai apenas chupar, sem conseguir sugar de verdade, e isso gera falhas nesse processo, pois a produção cai, a mãe pode se machucar e o filho não receber a quantidade ideal de leite.

Ofereça o peito logo após o parto: Na primeira hora de vida, o bebê está mais atento do que ficará nas horas seguintes, então as chances de pegar o seio adequadamente são maiores, é preciso investir nas tentativas, mesmo  se a quantidade de leite for pequena porque, pois a partir daí nasce o incentivo para aumentar a produção.

A mãe precisa estar descansada: O estresse influencia na amamentação, assim como a ansiedade. Por isso muitas em muitos casos, algumas mamães não produzem a quantidade adequada ou até mesmo para a produção. É difícil nos primeiros meses estar descansada, mas vale a pena tentar.

Espere a mama esvaziar antes de trocar de lado: Os dois seios devem ser oferecidos à criança, mas respeitando o ritmo natural da amamentação. Isso porque interromper a alimentação antes da hora pode fazer com que o organismo entenda que aquela quantidade que fabricou não é mais necessária. Sem contar que o leite do final da mamada é mais rico em gordura e nutrientes importantes para o bebê.

Tome mais água: O ideal é que as mamães consumam 3 litros diários de água, pois o líquido que se perde durante a amamentação precisa ser reposto.

Chupeta no recém-nascido atrapalha: Alguns pediatras aconselham não dar chupeta nos dez primeiros dias de vida, se não o recém-nascido pode não sugar adequadamente e também acabar machucando a mãe.

Fonte: Portal R3, Tua Saúde, Bebê Abril

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