A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), em nota publicada no dia 18 de maio, declarou que o uso da cloroquina no combate ao novo coronavírus carece de evidências e tornou-se “perigoso, pois tomou um aspecto político inesperado.”
Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, muito se falou sobre o uso da cloroquina como forma de prevenção da doença. Tal informação surgiu quando o médico francês Didier Raoult, pioneiro no uso da cloroquina, passou a defender publicamente o uso do medicamento no combate direto à Covid-19. A partir de então, muitos estudos surgiram para averiguar a veracidade dos fatos.
A procura por um medicamento que seja a “bala de prata” da Covid tem sido intensa. A doença é uma nova mutação do coronavírus e ninguém estava preparado para sua força. Por isso é mais que normal que surjam especulações de todos os lados sobre uso de novos medicamentos. Muito dessas especulações são alimentadas pelo desespero da população em encontrar uma solução pra uma doença tão grave e que assola principalmente o povo mais pobre do país.
Os estudos realizados demonstram que a cloroquina não é eficiente no tratamento da doença. E mais, além de não ser eficiente, em alguns casos pode levar ao óbito instantâneo do paciente por parada cardíaca.
Então a pergunta que fica é porque muitos líderes de Estado ainda insistem fortemente na distribuição da cloroquina mesmo depois de vários estudos demonstrarem sua ineficácia? A resposta pode estar no âmbito econômico. O jornal The New York Times afirmou que o presidente Donald Trump (profundo defensor do uso da cloroquina em larga escala) tem participação financeira na empresa farmacêutica Sanofi, que é uma das responsáveis pela produção da cloroquina. Além disso, a principal acionista da Sanofi é uma empresa que é administrada pelo maior doador financeiro do partido de Donald Trump.
Em meio a uma pandemia onde milhares de pessoas já morreram por conta de uma doença que ainda não tem cura nem medicamento que, comprovadamente, possa tratar o paciente, os líderes mundiais jogam com a vida da população. O lucro, o dinheiro, ainda é visto como cerne da questão e está acima de vidas humanas num jogo especulativo financeiro onde só um lado perde.