80% das mães brasileiras se sentem mais sobrecarregadas desde o início da pandemia
Segundo dados divulgados pelo Atlas Político em 2021, 80% das mães brasileiras se sentem mais sobrecarregadas desde o início da pandemia, enquanto apenas 48% dos pais dizem o mesmo. Além dessa pesquisa, um levantamento feito pelo Google revelou que as buscas “cansada mentalmente” e “cansada psicologicamente” foram recorde naquele ano.
Esse boom do burnout não está apenas restrito ao Brasil: o estudo “Women in the Workplace 2021”, feito pela McKinsey em parceria com a LeanIn, mostra que 42% das mulheres estadunidenses e canadenses entrevistadas sentem os sintomas do burnout, isso é 10% a mais do que no ano anterior.
O que é o burnout materno?
O termo burnout foi criado pelo psicólogo Herbert Freudenberger na década de 1970 para descrever uma condição de estresse que leva a uma exaustão física, mental e emocional severa. O chamado burnout materno afeta mulheres que são mães, especialmente as que têm filhos muito pequenos, desde o nascimento até os filhos completarem três ou quatro anos de idade. Os cuidados com a criança se juntam às demandas que provavelmente a mulher já tinha antes, como trabalhar e cuidar da casa.
São muitos os sinais de burnout materno. Aqui estão alguns deles:
- Sentir que está dando menos atenção e cuidado ao filho do que deveria.
- Estresse do tempo: a paciente pode pensar que não conseguirá fazer tudo que precisa.
- Sensação de pessimismo e fracasso.
- Irritação fácil.
- Perda do interesse por várias coisas da vida, incluindo os próprios filhos.
- Baixa autoestima: ela pode se sentir mais feia, infeliz e cansada.
- Tristeza, medo e insegurança.
O que fazer para tratar
Caso tenha um ou mais desses sinais, a mãe deve procurar um profissional de saúde mental e ver a intensidade e frequência deles. É necessário não deixar que o estresse atrapalhe a vida profissional, social e familiar.
É possível evitar!
Há uma série de medidas que a mulher pode tomar para prevenir o estresse da maternidade.
- Contar com pessoas próximas (se possível): Sempre é bom ter alguém para ajudar a cuidar da criança e das outras tarefas, ou só conversar sobre o tema.
- Não falar só da vida de mãe: É muito importante conversar sobre outros assuntos que não sejam fraldas, amamentação, birras…
- Reservar um tempo apenas para si: Algumas atividades simples ajudam a aliviar o estresse, como tomar banho demorado e tranquilo, sozinha, fazer uma caminhada, passear sozinha.
- Não exigir demais de si mesma: Pense que você faz o melhor possível. Ninguém é perfeito. Não se pode fazer tudo em simultâneo.
- Sempre cuidar de si:Ter um ou mais filhos não tira a importância de cuidar da própria vida e da própria saúde. Quem cuida de si, está se revigorando para cuidar do outro.
E os parentes e amigos, como podem ajudar a mãe?
- Pensar que a mãe também precisa de cuidado.
- Ter cuidado com as visitas. Evite horários críticos, como a hora da soneca.
- Se for visitar a mãe, levar um lanche para ela, que tal?
- Caso seja alguém íntimo, segurar a criança enquanto a mãe estiver no banho ou no cochilo.
- Não competir para ver quem está mais cansado, nem testar o cansaço dela.
- Enquanto ela estiver amamentando, levar um copo de água gelada.
- Convidá-la para se distrair um pouco. Se ela não puder sair, sirva um lanche e tenha uma conversa agradável.
- Ouvi-la, contar o que está sentindo e dar a devida atenção.
É impossível dar conta de tudo e exigir perfeição da mulher. A mãe precisa ser humanizada, receber apoio, ter vida social, hábitos de autocuidado e sem julgamentos. Antes de ser mãe, existe uma mulher, um ser humano. Se você deseja ser inspiração para sua criança, cultive hábitos de amor por si, sem medo de julgamentos.