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Desabafo de uma profissional de saúde

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Muitos são os profissionais que estão na linha de frente do combate ao Covid-19. E sem dúvidas, eles merecem todo nosso respeito e admiração, pois colocam suas vidas em risco e muitas vezes, a de seus familiares também, para salvar tantas vidas. O Portal Cyber conversou com uma profissional da área de saúde do Rio de Janeiro, que por motivo de segurança, não pode ser identificada. Na unidade hospitalar que trabalha, ela atua em dramáticos plantões no setor CTI COVID 19. Em forma de desabafo, ela apontou o que tem vivido em sua rotina hospitalar.

Você tem contato com seus familiares?

“Tenho, pois moro na mesma casa e não posso me isolar. Mas infelizmente um abraço, um carinho não posso ter! Fico o máximo de tempo no meu quarto e quando saio uso máscara.”

O que mudou na sua rotina?

“O estresse físico e mental. Desde o momento em que saio da minha casa até o final do plantão. Infelizmente com essa pandemia diminuiu o quantitativo de ônibus. Eles continuam passando nos pontos de ônibus cheios e alguns motoristas não param. Chego atrasada no setor, pois dependo de condução pública. Trabalho 12 horas e após término, fico no ponto para a “saga” de volta para casa.”

Como você tem administrado essa situação emocionante?

“No “início” estava bem segura e confiante. Porém no atual momento da pandemia, me sinto insegura, com medo e receio por lidar diretamente com pacientes contaminados. Meu psicológico está muito abalado, pois tenho minha avó, mãe e irmã dentro de casa que são pessoas que estão no grupo de risco e é inevitável após a exposição não passar pela cabeça que eu esteja contaminada e acabar contaminando o próximo. Infelizmente não temos ninguém para nós amparar com um apoio psicológico.”

O que você diria para as pessoas que ainda não entenderam a gravidade da situação?

“FIQUEM EM CASA! Vocês não têm noção do quanto esse vírus é horripilante. Trabalho com pacientes graves e muitos estão na faixa de 20 a 60 anos entubados, que dependem de outras pessoas para sobreviver. Estamos cansados, nosso psicológico abalado! Ficamos enclausurados no setor durante horas com uma máscara machucando nossa orelha, touca apertando a cabeça, sem pode fazer xixi, se expondo ao perigo para cuidar daqueles que necessitam. NÃO TEMOS ESTRUTURA PARA O PIOR.”

Talvez esse seja o relato de tantos outros profissionais de saúde.

Que possamos ter consciência de nossos atos e pensar no próximo também, tomando as medidas preventivas orientadas pelo Ministério da Saúde. Afinal, cada vida importa!

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