No último sábado (20), a jornalista Glória Maria usou as redes sociais para comemorar a vitória contra um tumor cerebral. No Instagram, ela publicou uma foto em que aparece sorrindo ao lado das filhas, Laura e Maria, anunciando as boas notícias. A apresentadora agradeceu o apoio de todos que torceram pela sua recuperação e informou que deverá continuar no tratamento da doença por mais algum tempo, como forma de “reforço e proteção”.
Afastada do “Globo Repórter”, Glória Maria descobriu o tumor em novembro de 2019, após desmaiar e bater com a cabeça em uma quina na sua casa. Em entrevista exclusiva à revista “Ela”, do jornal “O Globo”, a apresentadora explicou que no hospital, os exames médicos comprovaram a existência de um tumor de alta expansividade, que, segundo ela, pode matar em semanas. Ela foi submetida à uma cirurgia de retirada de tumor cerebral e estava em recuperação desde então.
Carreira
Formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), Glória Maria, inicialmente, conciliou a vida acadêmica com o emprego de telefonista da Embratel. Ela iniciou a carreira jornalística em um estágio na TV Globo, em 1970, como rádio-escuta. Um ano depois, estreou na emissora durante a cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Ela já trabalhou no “Jornal Hoje”, no “Bom Dia Rio”, no “RJTV”, no “Jornal Nacional” e no “Fantástico”. Atualmente, ao lado de Sandra Annenberg, Glória Maria apresenta o “Globo Repórter”.
Ao longo de uma trajetória de 50 anos no jornalismo, a apresentadora, que é considerada a primeira repórter negra da TV brasileira, já viajou profissionalmente para 163 países e entrevistou celebridades internacionais como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna. Durante a temporada de 2017 do “Globo Repórter”, Glória Maria foi à China. Em Hong Kong, a repórter preparou refeições e alimentou um panda gigante, além de limpar a área que ele ocupa. Em Macau, ela saltou do mais alto bungee jump do mundo, com 233 metros de altura, aproximadamente um prédio de 78 andares.
Na TV Globo, Glória Maria foi protagonista de momentos únicos, sendo a repórter que entrou no ar ao vivo na primeira matéria a cores do “Jornal Nacional”, em 1977. Após 30 anos, ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues, realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira em uma reportagem no “Fantástico”.
Racismo
No início do mês, o “Globo Repórter” fez uma reedição especial do debate sobre racismo exibido pelo programa “Em Pauta” da Globo News. Ainda em recuperação, Glória Maria não pôde participar presencialmente do programa, mas, direto de casa, deixou o seu depoimento. “Racismo é uma coisa que eu conheço, que eu vivi, desde sempre. E a gente vai aprendendo a se defender da maneira que pode. Eu tenho orgulho de ter sido a primeira pessoa no Brasil a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção.”
A jornalista refere-se ao episódio em que foi impedida de entrar em hotel de luxo, na década de 1970. “Preto tem que entrar pela porta dos fundos”, disse o gerente. Ela chamou a polícia e, usando a Lei Afonso Arinos (que punia o racismo como contravenção penal), levou o caso aos tribunais. Segundo o depoimento, ele foi expulso do país, mas livrou-se da acusação pagando uma multa. “Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, completou.
Fontes: G1, Memória Globo, Terra, Catraca Livre, Tv e Famosos