Opinativo

Mamãe, se reconecte com você

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Pesquisa realizada pela InfoJobs, em 2021, aponta a sobrecarga feminina em cerca de 86% das mulheres entrevistadas. Mulheres, em especial mães, precisam se desdobrar ou até triplicar a jornada de trabalho, ao conciliar atividades profissionais com o serviço doméstico.  Qual papel você exercita com mais frequência? Será que sobra algum tempo para você mesma?

O caso mais recorrente da perda desses papeis ocorre no puerpério. Essa nova mãe que nasce com seu bebê, se vê focada em apenas suprir as necessidades desse novo serzinho que é totalmente dependente.

Com o passar do tempo muitas mães podem se ver presas apenas a esse papel de “mãe” e se desconectam das demais áreas de suas vidas. Vale ressaltar que muitas mulheres têm dificuldade de gerir esses papeis, até pelo próprio julgamento e pressão da sociedade. Falas como “nossa, mal teve o bebê e já voltou a trabalhar?”, “você viu aquela mãe que foi pra academia em vez de ficar em casa cuidando do neném?” e até mesmo a famosa frase “quem pariu Matheus que o embale”, quando julgam os pais que saem como casal e a criança fica com um(a) cuidador(a).

Se reconecte com você

Não se culpe caso esteja tentando se reconectar com você-esposa, você-profissional, você-cuidados pessoais, você-amiga. Se joga mulher, ter espaço para ser cada parte de quem é ou de quem quer ser é essencial para sua saúde. Uma pessoa desconectada de si e de seus papeis é vazia, e você não precisa e nem merece esse lugar.

Parem de julgar mulheres que buscam essa conexão consigo; elas estão buscando, inclusive, serem mais saudáveis para seus filhos. Como alguém pode oferecer algo quando se sente vazia e perdida? Então acolham essa mãe, se puder, seja o suporte que ela precisa. Incentive-a, no tempo dela, a se reconectar.

Entendam, se reconectar consigo não é, necessariamente, ter mil atividades e sim entender quem é essa nova mulher que nasceu com a chegada dessa criança e se apropriar disso. Você às vezes só quer ser a você-mãe e não há problema algum nisso. A questão é não se manter nesse vazio que muitas se encontram e não conseguem entender.

Busque apoio, busque ajuda e principalmente, se ouça e se acolha.

Camila Souza

Psicologia Clínica – CRP 05/50883

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