A Lei nº 15.100/2025, que proíbe o uso de celulares por estudantes em escolas públicas e privadas, já está em vigor. Este tema tem gerado debates intensos, especialmente sobre como as famílias e instituições devem se preparar para os desafios dessa mudança.
A psicóloga infantil Rosana Touson tem auxiliado famílias e escolas nesse processo. Por meio de oficinas na Aquarelando Forever, ela promove atividades que incentivam o brincar e o uso consciente da tecnologia. “A restrição ao uso de celulares nas escolas é fundamental para preservar a saúde física e social das crianças e jovens”, afirma Rosana.
Impactos do uso excessivo de tecnologia
Segundo Rosana, a exposição excessiva à tecnologia não apenas afeta a saúde física e mental, mas também aumenta os riscos de segurança, como a vulnerabilidade à pedofilia e outros perigos online. Durante as férias escolares, o tempo de uso de dispositivos tende a crescer, elevando essas preocupações.
Preparação: Detox Tecnológico antes do retorno às aulas
A psicóloga recomenda que pais e escolas iniciem um detox tecnológico antes mesmo do retorno às aulas. “Pais e escolas já se preparem para realizar um Detox da tecnologia agora, pois as crianças tendem a se sentir irritadas e muito desreguladas quando já estão estimuladas a receber os estímulos tecnológicos e são impedidas de utilizá-los. Não devemos aguardar pelo início das aulas para preparar nossas crianças e jovens, pois será caótico terem que se adaptar as regras no início das atividades escolares, onde já existe uma natural mudança e adaptação a nova rotina, isso pode causar um estresse maior ” alerta.
Alternativas como jogos físicos, leitura e atividades que promovam interação social são sugeridas para substituir o tempo de tela. Além disso, Rosana destaca a importância de diálogo e acolhimento, tanto em casa quanto na escola. “Nesse momento é necessário que pais e escolas já pensem em alternativas para oferecer as crianças, dialogar para tratar a luz da compreensão e pensar em recursos que possam oferecer segurança e acolhimento, pois sabemos que para alguns pode ser um sofrimento psíquico, por já terem desenvolvido dependência da tecnologia e até casos mais graves.”
O que muda com a nova lei?
A nova lei prevê ações para engajar pais, alunos e profissionais da educação. De acordo com o Ministro da Educação, Camilo Santana, será lançada uma campanha nacional com guias práticos, planos de aula e estratégias de apoio psicológico.
O uso de celulares será permitido em situações específicas, como emergências, inclusão ou condições de saúde, por exemplo, para monitoramento de glicemia.
Escolas como espaços de escuta e acolhimento
Para atender às novas demandas, as escolas devem implementar espaços de escuta e acolhimento. Esses locais serão voltados para alunos e funcionários que enfrentem dificuldades relacionadas ao uso excessivo de telas e à nomofobia (medo de ficar longe do celular).
Além disso, as redes de ensino precisarão capacitar suas equipes para identificar e prevenir sinais de sofrimento psíquico.
Como famílias e escolas podem agir agora
A adoção de hábitos saudáveis e a busca por orientação profissional são passos fundamentais para uma transição tranquila. Rosana Touson reforça: “A responsabilidade é coletiva, e a orientação de profissionais da saúde mental pode fazer a diferença nesse processo de adaptação.”
Para garantir uma adaptação eficaz à nova lei, o envolvimento ativo de escolas, famílias e profissionais é essencial. Invista na saúde mental das crianças e jovens e contribua para um ambiente escolar mais equilibrado e seguro.