Política

O direito ao voto feminino foi marcado por lutas e reinvindicações

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Saiba mais sobre a data que é um marco histórico no movimento feminista brasileiro

Há exatos 90 anos, em 3 de novembro de 1930, o então presidente Getúlio Vargas tornou oficial: a mulher pode, enfim, votar no Brasil. A princípio, as mirabolantes restrições impediam a maioria de usufruir o recém-conquistado direito: apenas mulheres casadas com autorização do marido e solteiras ou viúvas com renda própria podiam, de fato, votar. Somente quatro anos depois, as brasileiras conquistaram o voto irrestrito com a alteração no Código Eleitoral. Em 1946, o voto deixou de ser facultativo para tornar-se obrigatório, assim como o dos homens.

Curiosamente, a primeira eleitora havia votado anos antes de Vargas chegar ao poder. Em 1927, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte a professora Celina Guimarães foi a primeira mulher a votar no país. A manobra só foi possível graças ao sistema eleitoral do estado, que incluía um artigo que garantia o sufrágio sem distinção de sexo. Apesar da pequena vitória, os votos da professora e de suas seguidoras nunca chegaram a integrar a eleição municipal.

Em 1929, Alzira Soriano, foi eleita a primeira mulher prefeita na cidade de Lajes, no mesmo estado, com 60% dos votos. Aos 32 anos, ela marcou toda a história da América Latina, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo no Poder Executivo. Sete meses depois de assumir a prefeitura da cidade, com a chegada da Revolução de 30, as divergências e atritos com Vargas motivaram a saída de Alzira do cargo.

A conquista do voto foi resultado direto das reivindicações e da luta das milhares de sufragistas brasileiras. A chegada da bióloga Bertha Luz no Brasil, em 1919, foi o que deu início ao movimento. Vinda de Paris, ela trouxe os ideais franceses para as terras brasileiras e junto com Maria Lacerda de Moura, militante anarquista, fundou a Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, que mais tarde se tornaria a Federação do Progresso Feminino.

Mulheres em cargos polítticos

As consequências da luta feminista podem ser percebidas até hoje. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), as mulheres representam hoje 52,49% do eleitorado nacional. No Rio de Janeiro, dos 14 candidatos ao cargo de prefeito, 6 são candidatas, um número recorde nas eleições municipais da cidade. A presença massiva de mulheres cariocas na corrida eleitoral não é o único destaque. Dentre elas, três apresentam um espetro político à esquerda e duas são mulheres pretas. Nesse dia tão simbólico para o movimento feminista, resta saber se uma delas vai assumir o comando da cidade maravilhosa. 

Fontes: Midia Ninja, G1, Medium, Em Dia – ES

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