NotíciasPolítica

O Lulismo e a eleição de 2022

5 Mins leitura

Com uma esquerda totalmente rachada e sem opositores de verdade, Lula demonstra fraqueza diante de suas promessas na cadeia

O novo racha da semana tem como personagem principal o atual governador do maranhão, Flávio Dino (PC do B). Recentemente, em entrevista ao canal TVT, o ex-presidente Lula (PT) afirmou ser difícil alguém de esquerda se eleger sem pertencer ao Partido dos Trabalhadores, demonstrando afeto e apreço por Flávio Dino, este, filiado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B).

Ao proferir a quase convocação indireta a Dino, nota-se uma possível “intimidação” por parte do ex-presidente, como se dissesse “o PT é esplendoroso e tem que ganhar a eleição presidencial”. Lula demonstra, em meu entendimento, que sua ganância pelo Palácio do Planalto continua perdurando, mesmo sabendo que não há a menor possibilidade de ser candidato em 2022, pois, como sabemos, ele é barrado pela Lei da Filha Limpa, cuja-qual, impede candidatos condenados em segunda instância de participarem de processos eleitorais.

Afirmo se tratar de “ganância Lulista” porque vimos um ex-prefeito paulistano liderar muito bem uma campanha eleitoral diante de uma exorbitante ascensão política de extrema-direita, mas, o ex-presidente prefere ignorar este feito e continuar iludindo a todos com seu discurso raivoso. Fernando Haddad, mesmo tendo o respaldo de Lula em seu escritório político improvisado na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, conseguiu dialogar com todos, até com aqueles opositores favoráveis ao “golpe” de 2016, provocando a ira dos “esquerdistas assalariados extremistas”, cujo-estes, acham que as eleições só devem ter como participantes partidos como PT, PC do B, PCO e demais nanicos por aí.

Evidentemente, sabemos do carisma, simplicidade e poder de diálogo de Lula, porém, ele não é a figura única no Brasil e/ou na esquerda brasileira, e, como disse antes, diversos empecilhos jurídicos prejudicam um possível “Lula lá 2022”, cujo fato, deve ascender apreço por lideranças locais já se consolidando e que merecem atenção máxima.

A exemplo, o governador Flávio Dino, já considerado um nome forte para as eleições presidenciais de 2022, vêm conquistando espaço no cenário político-nacional, e não é para menos. Segundo o último resultado da pesquisa do Poder360, o governador comunista possui uma avaliação positiva de 62% no estado, sendo considerado uma figura anômala da política local, pois chegou ao Executivo maranhense sem apoio dos Sarney´s & Companhia.

Diante da sua ascensão, Dino vem sendo cobiçado pela grande imprensa para falar sobre suas expectativas, e já não é de hoje. Recentemente, provocou alvoroço midiático entre os “esquerdistas clássicos” ao dizer preferir que o apresentador Luciano Huck converse com ele, a conversar com o presidente Jair Bolsonaro

Pra quem não sabe, Dino e Huck se encontraram, e uma possível dobradinha política para 2022 foi debatida, porém, nada oficial. O que se sabe é que o governador conquista um espaço maior entre os ‘direitistas’, pois está disposto a manter diálogo com estes e afins, e demonstra claramente isso em suas posições e declarações.

Mas, a polêmica do momento gira em torno do Partido dos Trabalhadores, vulgo PT, que parece não saber lidar exatamente com a realidade. Mesmo tendo levado um candidato ao segundo turno presidencial, em outubro, o ex-presidente Lula se vangloria de que o seu partido é “grande”, “potente” e Fernando Haddad demonstrou sua força na eleição passada, mesmo não sabendo valorizar este último como deveria, pois está lhe imputando uma candidatura à prefeitura de São Paulo contra a vontade do ex-prefeito.

Há de se concordar com Lula, pois, como sabemos, o dito-cujo estava encarcerado em Curitiba (PR), e após enganar todos dizendo que, mesmo preso seria candidato, convocou Fernando Haddad para o posto. Creio que foi patética a atuação inicial de Lula, quando montou aquela “chapa Tríplex” envolvendo ele (como titular), Fernando Haddad e Manuela D´Ávila, ambos sendo “vices”, como se isso fosse dar certo ou ao menos, fosse legal perante a Constituição.

Os “esquerdistas extremos festivos” – aqueles que saem na porrada nos centros do Rio e São Paulo, e depois, vão aos botequins da vida beber com suas namoradinhas postiças, sendo que, pra manter imagem de ‘esquerdista mente aberta’ beijam outros homens – comemoraram intensamente tal feito Lulista, mas, no fundo, sabiam que Haddad seria o tal protagonista. Até esconder um pouco a imagem da feminista gaúcha candidata a vice foi feito (Manuela D`ávila), com intuito de diminuir as críticas em torno da campanha petista a presidência.

Estrategicamente, Haddad passou a ganhar enorme protagonismo político, sendo anunciado candidato oficial tempos depois. Hoje, diversas lideranças políticas acreditam em Haddad para 2022, e, honestamente, vejo o Fernandinho como uma excelente opção, tanto em termos de renovação, como em termos de aprendizado.

Creio que Lula deve ter bom senso e parar de criar expectativas ineptas, e também, parar um pouco de desfrutar de sua linda namorada – a Janja. Quando saiu da prisão, em 08 de novembro do ano passado, Lula demonstrou querer dialogar e “brigar” – claro, dentro de suas posições partidário-políticas. Mas, parece que o ex-presidente perdeu o foco, e só aparenta se importar com 2022 e atacar o governo – medida válida e até justa, digo eu, até como forma estratégica.

Por mais que 2022 esteja um pouquinho longe, devemos focar já neste cenário. Até para evitar certas surpresas, como aconteceu em 2018. Nessa altura do campeonato, essas especulações serão normais, e faz parte do jogo democrático. Ou seja, não se pode desperdiçar tempo e investimento com coisas que não darão retorno algum, como o Ciro Gomes, por exemplo.

Ah, mas o Ciro Gomes é “nem lá, e nem cá”.

Convenhamos, né. Ninguém da “direita pura” ou “esquerda laica” gosta do Ciro. Consegue até aturar, mas não gosta.

Usando uma metáfora, falo do Ciro

Sabe aquele funcionário exemplar, inteligente, correto e que foi promovido e não sabe liderar a grande empresa devido a tantas responsabilidades e maneiras de resolver imbróglios? Este é o Ciro Gomes, e explico o motivo.

O Ciro tem aspectos e aprendizados de bom funcionário – levando para o Poder, defino-o como ministro da Economia – mas, na hora de governar, liderar, conversar e saber discutir, não é nada bom. Ele é tipo o Bolsonaro, porque demonstra “ser machão pra brigar”, mas, com certas diferenças, afinal, devemos reconhecer a inteligência e o talento político e intelectual de Ciro, características nada legitimadas ao atual presidente.

Portanto, que o bom senso prevaleça neste período, afinal, as eleições municipais de outubro servirão para desembaraçar diversos pontos deste jogo político. Ah, e para finalizar de vez, te proponho uma aposta: sabe aquela “frente ampla de esquerda” no Rio de Janeiro com Marcelo Freixo (PSOL) e demais municípios?

Rapaz, esquece isso e não se iluda, porque como o próprio “companheiro” demonstra, tem que ser do PT pra ganhar.

OBS.: O ruim é quando não é do PT e é alguém muito pior que todo o PT.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *