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O Preço da Costura: Quem lucrou com a roupa que você está vestindo?

3 Mins leitura

Você já parou para pensar quem costurou a sua roupa? E mais do que isso: quem realmente lucrou com ela?

A indústria da moda movimenta bilhões todos os anos. Grandes marcas desfilam suas coleções em passarelas luxuosas, vendem peças a preços exorbitantes e faturam cifras astronômicas. Mas e quem coloca a mão na linha e na agulha? A costureira que passou horas – às vezes dias – moldando, cortando e costurando essa peça, viu esse dinheiro?

A resposta é dura: não.

No final da cadeia produtiva, a costureira recebe quase nada. Quando consegue um emprego em uma fábrica, seu salário muitas vezes não passa de um salário mínimo. E quando decide trabalhar por conta própria, acaba entrando em um sistema ainda mais cruel: o da terceirização sem fim.

Acontece assim: uma empresa contrata um intermediário para distribuir a costura, que por sua vez repassa para outro intermediário, e depois para outro… Quando finalmente chega às mãos da costureira, ela recebe menos de cinco reais por peça. Para conseguir um salário no fim do mês, ela precisa costurar sem parar, dia e noite, abrindo mão do sono e da própria saúde.

Isso não é normal. Isso não é justo.

Escravidão na costura ainda é realidade

Se você acha que essa realidade ficou no passado, aqui está um dado chocante: em 2024, 43 trabalhadores bolivianos foram resgatados em São Paulo de condições análogas à escravidão. Oficinas clandestinas na Zona Leste e Norte da cidade operavam com pessoas presas a jornadas exaustivas, sem direitos, sem salário digno e sem perspectiva de mudança.

E esse não é um caso isolado. A costura ainda carrega um histórico de exploração, e isso só vai mudar quando as próprias costureiras entenderem o valor que têm.

O Verdadeiro Problema: A desvalorização da costureira

A desvalorização da costura tem dois grandes culpados:

1. A falta de conhecimento do público

Quem compra roupa pronta não pensa na costureira. Paga R$ 500, R$ 1.000, até mais em um vestido de marca sem questionar. Mas quando uma costureira cobra R$ 300 por um vestido sob medida, exclusivo, feito artesanalmente, o preço é considerado um absurdo.

O que falta? Consciência sobre o valor da mão de obra.

2. A falta de valorização da própria costureira

Muitas costureiras aceitam preços baixos porque acham que não têm escolha. Elas não foram ensinadas a se posicionar, a cobrar pelo seu real valor, a entender que seu trabalho é uma arte e um serviço essencial.

E eu sei disso porque eu vivi essa realidade.

Da exploração à valorização: Minha história na costura

Eu costuro desde os 7 anos de idade. Venho de uma família simples e, aos 15 anos, já estava trabalhando em fábrica. Passei a minha vida inteira costurando. E quando decidi abrir meu próprio ateliê, achando que finalmente ia ganhar melhor, me deparei com a dura realidade: as pessoas não queriam pagar pelo meu trabalho.

Eu cobrava um preço justo, mas o cliente achava caro. Ele preferia pagar mais em uma loja do que valorizar o trabalho artesanal, exclusivo e feito sob medida. Por quê?Porque a costura foi colocada em um lugar de desvalorização.

Mas isso mudou quando eu entendi que precisava me posicionar.

Eu aprendi a mostrar para as pessoas o verdadeiro valor do meu trabalho. Eu saí do ciclo de exploração e transformei a costura em um negócio rentável e respeitado.

E é isso que todas as costureiras precisam aprender.

Costureira, Você Não é Apenas Costureira. Você é Empresária.

Se você tem um ateliê, se trabalha por conta própria, você é uma empresária. Mas para ganhar dinheiro de verdade com a costura, você precisa de estratégia, posicionamento e confiança.

Você não precisa aceitar migalhas. Você pode viver bem da costura.

A costura é uma arte, um legado, uma profissão que precisa ser respeitada.

Se você é costureira ou conhece alguém que seja e quer aprender a se valorizar, a cobrar o que realmente vale e a conquistar clientes que pagam um preço justo, eu posso ajudar.

Sou Michelle Gavinha, mentora de costureiras e criadora do método Nova Era da Costura.

Me acompanhe no Instagram @michelle.gavinha e vamos juntos mudar essa realidade.

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