A evolução do atleta em um esporte aeróbico se baseia em três fatores: alimentação adequada, treinamento específico e descanso (sono). Eles funcionam interligados. Portanto se houver um desequilíbrio em apenas um deles, o resultado gera a perda de desempenho. E em casos mais graves, o overtraining.
Logo, de nada adianta você respeitar os volumes e intensidades de treino da sua planilha, se você não tirar um tempo adequado para sua recuperação.
A importância do sono aliada ao exercício
O sono é sem dúvida um enorme problema para atletas iniciantes, amadores e até mesmo profissionais, principalmente os de endurance (grande resistência). As provas de maior duração e volumes mais extensos são um grande desafio para qualquer pessoa. E parar participar de um evento desse porte, a pessoa precisa se programar para ter tempo para o trabalho, a família, os treinamentos e o descanso.
Erro do atleta amador
O mais comum é o atleta amador não conseguir organizar a sua agenda e começar a diminuir o seu tempo de descanso, prejudicando a sua recuperação e, consequentemente, comprometendo os resultados dos próximos treinos.
Existe uma individualidade muito grande: Atletas que dormem de 5 a 6 horas por noite e levantam recuperados. Outros, que necessitam de 12 horas de sono para se sentir bem. Cada caso deve ser avaliado individualmente.
Ingestão inadequada de energia
Outro ponto muito comum é a ingestão inadequada de energia para a realização das atividades físicas, mais comum nas mulheres. Já foram observados atletas de Ironman, fazendo atividades aeróbicas de 2 a 3 vezes por dia, com uma dieta que não supria as suas necessidades basais. O resultado pode ser a síndrome da mulher atleta ou um overtraining.
O que o overtraining pode causar?
Nesta síndrome, a mulher apresenta alterações menstruais e osteoporose, propiciando o surgimento das famosas fraturas por estresse. Logo, todos os casos de fratura por estresse devem ser investigados como consequência de uma dieta inadequada.
Já no overtraining, o quadro inclui fadiga, irritabilidade, dores musculares, alterações do sono e/ou humor. Podem ocorrer também alterações hormonais, principalmente na relação entre cortisol e testosterona e na adrenalina e noradrenalina.
Overtraining pode ser confundido com depressão
Muitas vezes, um quadro de overtraining pode ser confundido com depressão. Logo, a avaliação de uma equipe multidisciplinar, com fisiologistas, psiquiatras, nutricionistas/nutrólogos, ginecologistas e clínicos, é mandatória.
Importância da orientação de um profissional de área de educação física
O overtraining pode vir também por alterações no volume e/ou intensidade nos treinamentos. Podemos observar muitos casos de indivíduos que muitas das vezes acabam por falta de orientação de um profissional de área de educação física, realizando treinamentos com volumes e intensidades inadequadas, não somente iniciantes como também praticantes em estágios já avançados de condicionamento, porém os iniciantes geralmente pela falta de orientação acabam chegando nesse estágio muito rápido.
Consciência esportiva
É preciso ter uma consciência esportiva, que infelizmente na maioria dos casos só vem quando o corpo já esta debilitado. O ideal é sempre realizar seus treinamentos orientado por um profissional da área, de forma que este controle tanto o volume, a intensidade do treino, importante também uma consultoria com um nutricionista visando uma alimentação adequada compatível com a carga de treino realizada, e para finalizar um controle de recuperação metabólica, que irá lhe preparar para os próximos dias de treino.
O overtraining é uma condição que pode acabar com a carreira de muitos praticantes amadores e profissionais. É uma alteração sistêmica grave, que se não for abordada precocemente e de uma forma agressiva, irá encurtar a carreira do atleta.
Siga as planilhas do seu treinador, consulte um nutrólogo/nutricionista e durma bastante.
Fonte: Ativo (por Fellipe Savioli) – Foto: fitpeople